quarta-feira, 28 de julho de 2010

"O Impeachment do Rei"



Sempre me questionei como teria ficado a terra média após o término dos créditos do filme. Sim, por que nós só vimos a festa da vitória. Mas e depois? Tudo bem, o Anel do poder foi destruido, Sauron perdeu sua força e a guerra acabou. Houve paz na terra média. Os hobits viviam felizes no condado, principalmente após a chegada do Mc'Donalds. Os homens confiavam em seu rei, Aragon, mas gostavam mesmo é da sua esposa, a Liv Tyler. Os anões comemoravam a recente descoberta de que eram imortais e estavam todos em Mória, num show do Nelson Ned. E os elfos, egoistas e paneleiros, se mandaram para outra dimensão, levando com eles Frodo, pra nunca se esquecerem de que há coisas feias no universo.
Mas é só isso? Ninguém parou pra imaginar como teriam ficado as coisas? Penso que Gandalf se arrependeu. "Por que não peguei o anel pra mim?", perguntava-se. Decidiu que era melhor assim e, como um bom sábio, inventou o primeiro provérbio da pré-história: "Vão-se os anéis, ficam-se os dedos". Pouco tempo após o término dos créditos do filme, os problemas começaram a surgir.
Tem outra coisa. A guerra havia terminado, mas seus efeitos ainda eram sentidos. As batalhas possivelmente acabaram com os campos de plantação e a fome estava em toda parte. A guerra custa caro, e imagino que Gondor estava com sérias dificuldades financeiras. Com as principais economias em crise, Aragon deve ter sido obrigado a congelar os preços, subir a taxa de júros e diminuir os impostos, na espectativa de atrair investidores internacionais. Deu certo?
Sabe, o pós guerra não é nada fácil. É preciso muita gente, muita mão de obra para reconstruir as cidades. Isso gera crescimento um demográfico desordenado, super populações com super problemas sociais. Acredito numa grande onda de criminalidade invadindo Minas Tirith e, posteriormente, Gondor. Aragon perdendo o controle das massas, e pior, semo seu amigo arqueiro, o Légolas, pra ajudá-lo. Não dou um ano para começarem os rumores de Impeachment!
E isso não é tudo. Dizem a boca pequena que um tal de Darth Vader roubou uma máquina do tempo de um tal cientista maluco, e chegou a Terra Média. Não antes de quase ser comido por um Tiranossauroi Rex, algumas centenas de anos antes.

Continua..

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

número 2



- Preciso ir ao banheiro!
- Não podemos parar agora. Agüente firme.
- Não da mais. Já está vazando..

Toda viagem é a mesma coisa. O ônibus começa a andar, e Débora já pede para ir ao banheiro. Alega que não pode segurar. Os amigos reclamam, dizendo que é ela que não para de beber água. A briga já se estende por anos, enquanto a incontinente Débora sofre com sua bexiga dilatada.
Por motivos de segurança, o banheiro do ônibus permanece sempre trancado. A experiência diz que é melhor assim. Infelizmente as pessoas não respeitam o aviso que diz: “favor não defecar”.

- Já disse que o problema é esse aviso. Ninguém entende!
- O que você sugere?
- Algo mais direto: Favor não evacuar!

Mesmo as pessoas que utilizavam o banheiro apenas para fazer xixi, foram terminantemente proibidas de utilizar o cubículo.

- Mas é só xixi...
- Não importa. Espere até o posto.
- Qual é o perigo?
- Acredite... Você não vai querer. O Marcelo disse que ia fazer xixi, e eu dei a chave. Quando ele saiu, achei que o banheiro é quem tinha feito xixi em cima dele.

O balanço do ônibus faz com que até mesmo o campeão mundial de tiro ao alvo acerte o espelho. Nada fica ileso. A problemática é simples: ou você segura, ou se segura. É praticamente impossível fazer os dois ao mesmo tempo. O jeito é esperar até o posto mais próximo, onde é possível equilibrar-se e fazer a mira de longe.
Na última viagem, tiveram que parar no meio da noite, na estrada. Roberto não agüentava mais. Culpava o acarajé. Segurou a respiração e correu para o mato, onde se acocorou em busca da melhor posição. Na mão direita, o papel higiênico. Na esquerda, o iPhone, que além de iluminar o caminho, serviria como entretenimento durante o trabalho de parto, que a julgar pelas contrações, seria cesariana.
Ao voltar para o ônibus, suado, Roberto carregava o mesmo olhar triste de Napoleão, após a batalha nos campus de Waterloo. Hoje, calejado pela experiência, Roberto carrega consigo um kit.

- E o que tem aí?
- Papel, caneta e um revólver!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

intimidade perdida


Acharam um sutiã no ônibus. A histeria foi geral.

- Um sutiãããã!
- O quê? De quem?
- Não sei, mas estava aqui no meu banco.

A peça do vestuário íntimo feminino foi encontrada por Romeu. Justo ele, que era famoso por suas habilidades discursivas. Sua boa retórica já lhe havia conferido o nem um pouco importante título de "chavequeiro" da turma. As más línguas afirmavam, supostamente, que Romeu era muito bom no discurso direto. Levava as meninas inocentes para os últimos bancos, onde fazia uma criteriosa análise morfológica. Isso até aparecer um adjunto adnominal, e tornar o verbo intransitivo. Nesses casos, nem a oração resolvia.

Mas o fato é que dessa vez, Romeu tinha ido longe demais. Um sutiã? Isso já era caso de polícia. Ou de pastor. O problema era que, se onde há fumaça, há fogo, onde há sutiã...

Imediatamente deram início a uma busca detalhada por outras peças íntimas. Em vão. O máximo que conseguiram foi um cinto, que era um indício, mas não provava nada. Precisavam de mais evidências. Quem sabe uma meia.

- O que uma meia provaria?
- Uma meia, nada. Já uma meia-calça...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

teoria de conspiração



Assisti "anjos e demônios", novo filme baseado no romance de Dan Brown. Incrível! Tanto em roteiro como em execução. Porém, o que mais me chamou a atenção foi a forma como a igreja católica é pintada no longa.

Sei que a primeira impressão é que eles vao achincalhar o Vaticano, mostrando uma série de supostas conpirações que acontecem por baixo das batinas sagradas da santa igreja. Mas, ao longo do filme, o que pude ver foi uma igreja extremamente organizada (seja para o bem, ou para o mal), com líderes corrúptos, é verdade, mas também com muitos homens preocupados em "atender as vontades de Deus", e com as melhores intenções para com a humanidade. Enfim, vi uma igreja capaz de liderar um movimento mundial para a paz, prosperidade e felicidade.

Calma, continuo adventista. Para aqueles que me conhecem bem e, consequentemente, meu sarcasmo, já entenderam. Trata-se, na minha opinião, de um fortalecimento da santa igreja, disfarçado de polêmica. É como no primeiro caso, no primeiro filme de Dan Brown, "O Código Da vince", onde a ficção quase tornou-se realidade, de tanto que as pessoas falaram.

Neste caso, pode-se ver uma igreja dividida entre o bem e o mal. Há os que querem o poder, mas há também os que lutam pela verdade. E como em Hollywood tudo termina bem, a igreja vence, o mal é derrotado, e nasce um novo Papa, puro e sagrado, representante de Deus na terra.

Já ouviram essa história?

Não se assustem se algum dia um escândalo terrível atingir o Vaticano, e o Papa, ou um novo Papa, resurgir (nao literalmente, rs) das trevas, ou da luz, para a glória, reconquistando o poder político/eclesiástico que teve na idade média!

Amém! (rs)


p.s. nossa, soou conspiratório! Mas não é esse, o objetivo de Dan Brown?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

tentando

Poucas coisas são tão difícies como começar uma crônica. Você toma posição à frente do computador, olha a tela branca e perde completamente a inspiração. É a oitava vez que reescrevo o primeiro parágrafo. Se está lendo isso, é porque este sobreviveu..

segunda-feira, 11 de maio de 2009

retrato


A menina está sozinha, à noite, sentada num banquinho no vale do Anhangabaú. O vento sopra gelado, tentando apagar as pequenas fogueiras que servem de abrigo para os que não o têm. O vestido esconde muito pouco de seu corpo, e a semelhança mórbida com o roxo de seus lábios contrasta com a blusa que tem em mãos, como se estivesse ali num ritual pagão de auto-flagelo.


De longe, um mendigo a observa curioso. Claramente se trata de um caso crônico de problema psicológico, uma vez que a moça não aparenta falta de recursos financeiros e, sendo assim, poderia escolher, na visão do mendigo, um local mais apropriado, talvéz mais quente, ou menos úmido, ou quem sabe um restaurante com boa comida, para chorar suas mágoas. Enquanto se perde a imaginar qual o melhor sítio para a dor de coração, a menina se levanta.


O seu nome, a quem venha interessar, é Amanda, e a razão da escassez de pano deve-se ao fato da menina pertencer, como já observara bem o mendigo, a uma família de classe média paulistana, o que demostra sua facilidade em acompanhar a moda que, neste período do ano, quando o inverno vai alto, usa saias curtas. Seu choro, pelo contrário, apõe-se a boa educação que o dinheiro de seu pai lhe proporcionou. Não que o chorar seja um ato reprovável, o que realmente não é, uma vez que os grandes nobres da história derramaram muitas lágrimas, porém a motivação é detestável.


Amanda, triste protagonista dessa tragédia, chora seus pecados. Ainda não sabe bem se por remorso ou arrependimento. Treme de frio e de medo. Frio da solidão onde está condenada a viver, para seu próprio bem. Medo de não ser capaz de reparar o erro, não o que cometeu, pois esse é irremediável, mas o erro de ser capaz de cometer.


Pena, principalmente para os mais curiosos, não nos foi revelado o pecado, nem mesmo o padre com quem se confessou no dia seguinte. Tudo o que sabemos é que Amanda está estudando moda, e seu sonho é abrir uma confecção de blusas para frio intenso.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

papo cabeça


Eu sei que não vou me fazer acreditar, mas tive uma conversa séria com o Bin Laden na última sexta-feira santa. Ele me contou, de forma melancólica, como arquitetou o plano do onze de setembro, de sua caverna secreta, no noroeste do Afeganistão. Abriu seu coração. Confidenciou-me segredos. Quem imaginaria que Bin Laden tem medo de escuro? Ou mesmo que é chocólatra? Ou ainda que cultiva couves silvestres, na hortinha dos fundos de seu quintal?

O fato é que pude conhecer o verdadeiro Bin Laden. O homem por de trás da barba. O terrorista por de trás do pop-star mundial que se tornou. Fiquei surpreso com seu senso de humor. Humor negro, claro. Revelou-me que sente saudades dos velhos tempos. Quando as pessoas explodiam bombas pela Europa e ninguém reclamava. Sim, poucos sobreviviam. Disse ter saudades do Brasil. Rio de Janeiro, mais precisamente. Sente-se à vontade por lá. "O clima é familiar e relaxante. Além de um ótimo lugar para se fazer amigos" - afirmou.

Porém a parte mais intrigante da conversa foi quando eu o questionei sobre o Saddam Hussein. Perguntei qual era a ligação entre os dois. Se possuíam algum tipo de amizade, parentesco, rivalidade. Seu semblante virou-se do avesso, se é que isso é possível. Aquele sorriso maroto, típico dos terroristas, transformou-se em ira. Indignou-se com o fato de perseguirem e matarem seu companheiro de barbáries, só por causa de umas besteirinhas quaisquer.

- Besteirinhas? Ele matou milhares de civís inocentes, distribuindo morte e dor.

- O Bush também.

- Torturou pessoas em troca de informações sigilosas.

- O Bush também.

- Usou seu poder de forma abusiva.

- O Bush também.

- Provocou guerras sem motivos, para benefício próprio!

- O Bush também.

- Prendeu pessoas sem julgamento. Um crime contra os direitos humanos.

- O Bush também.

- Fraudou eleições, comprou votos e ameaçou inimigos.

- O Bush também!

- Usou seu poderio militar para invasão de território.

- Bush também.

- Foi um dos principais responsáveis pela disseminação do terrorismo no mundo.

- O Bush também!

- Não permitiu a entrada do Mc Donald's em seu país...

- Ai ele vacilou!